PALAVRAS NAS NUVENS
domingo, 5 de outubro de 2014
domingo, 16 de junho de 2013
Situações de aprendizagem desenvolvidas a partir do texto “Pausa”, de Moacyr Scliar.
PAUSA
MOACYR SCLIAR
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da
cama, correu para o banheiro. Fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e
sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,
bocejando:
—Vais sair de novo, Samuel?
Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a
fronte calva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita,
deixava ainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.
—Todos os domingos tu sais cedo – observou a mulher
com azedume na voz.
—Temos muito trabalho no escritório – disse o
marido, secamente.
Ela olhou os sanduíches:
—Por que não vens almoçar?
—Já te disse: muito trabalho. Não há tempo. Levo um
lanche.
A mulher coçava a axila esquerda. Antes que
voltasse a carga, Samuel pegou o chapéu:
—Volto de noite.
As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel
tirou o carro da garagem. Guiava vagarosamente, ao longo do cais, olhando os
guindastes, as barcaças atracadas.
Estacionou o carro numa travessa quieta. Com o
pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.
Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo. Olhou para os lados e entrou
furtivamente. Bateu com as chaves do carro no balcão, acordando um homenzinho
que dormia sentado numa poltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos,
pôs-se de pé:
—Ah! Seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinho
bom este, não é? A gente...
—Estou com pressa, seu Raul – atalhou Samuel.
— Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre -
Estendeu a chave.
Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante.
Ao chegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado,
olharam-no com curiosidade:
—Aqui, meu bem! – uma gritou, e riu: um cacarejo
curto.
Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta
a chave. Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho:
a um canto, uma bacia cheia d’água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinas
esfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o na
mesinha de cabeceira.
Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho
franzido; com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papel de
embrulho, deitou-se fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a
move-se: os automóveis buzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.
Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um
círculo luminoso no chão carcomido.
Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície
imensa, perseguido por um índio montado o cavalo. No quarto abafado ressoava o
galope. No planalto da testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas,
corriam. Samuel mexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor
lancinante nas costas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados: o índio
acabava de trespassá-lo com a lança. Esvaindo-se em sangue, molhando de suor,
Samuel tombou lentamente; ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.
Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da
cama, correu para a bacia, levou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu.
Sentado numa poltrona, o gerente lia uma revista.
— Já vai, seu Isidoro?
—Já – disse Samuel, entregando a chave. Pagou,
conferiu o troco em silêncio.
—Até domingo que vem, seu Isidoro – disse o
gerente.
—Não sei se virei – respondeu Samuel, olhando pela
porta; a noite caia.
—O senhor diz isto, mas volta sempre – observou o
homem, rindo.
Samuel saiu.
Ao longo dos cais, guiava lentamente. Parou um
instante, ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado.
Depois, seguiu. Para casa.
(in: Alfredo Bosi, org. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1977. p. 275)
1) Checagem das histórias.
a) No início do texto, o autor nos diz que Samuel sai da casa alegando que irá
trabalhar. Considerando que ele pouco fala com a mulher, que motivos o levariam
a sair de casa em pleno domingo pela manhã?
b) Pela forma com que se relacionam, como poderíamos
imaginar a convivência do casal em seu cotidiano?
2) Localização de informações.
a) A relação entre expressões "azedume" e "
de novo" no diálogo entre ambos, nos remete a qual conclusão?
3) Produção de
inferências locais e globais.
a) O que sabemos sobre cais? Que tipos de atividades são
desenvolvidas nesse lugar?
4) Recuperação do
contexto de produção.
a) Qual a finalidade do homem sair de casa e ir para um
hotel pequeno e sujo?
5) Percepção das relações
de intertextualidade e de interdiscursividade.
a) Qual a relação entre o título e a rotina do
protagonista?
b) Qual a intenção do personagem em usar dois nomes
distintos?
c) Que ações podemos esperar de Samuel?
6) Elaboração de apreciações estéticas e/ou efetivas.
a) O desfecho do texto atingiu sua expectativa de leitura ?
b) Agindo dessa forma, o personagem realmente consegue
alterar sua rotina?
Mais atividades propostas:
1. Leitura
compartilhada.
2. Identificação
da estrutura do texto (elementos da narrativa).
3.Discussão em
grupo sobre os elementos que compõem o texto.
4.Exposição, pelo
líder do grupo, da temática do texto.
5.Exposição de
trechos do filme "Shrek para sempre" e cópias do conto "Peru de natal" para estabelecer comparações.
6.Estimulação da
oralidade, ressaltando a fuga da realidade.
7.Pesquisa de
outros contos ou filmes com o mesmo tema.
8.Socialização da
pesquisa.
9.Produção de um
conto.
10.Socialização da
produção.
Situação de aprendizagem construída a partir do texto"Avestruz", de Mário Prata.
Avestruz
Mário Prata
O
filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus dez anos, uma avestruz.
Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela
me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado
de casa, em Floripa, que o menino conheceu as avestruzes. Tem uma plantação,
digo, criação deles. Aquilo impressionou
o garoto.
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruzes. E se
entregavam em
domicílio.
E
fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. A avestruz foi
um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar a avestruz, deus devia estar
muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se
assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa uma avestruz? Entre 100 e 160
quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase três
metros. 2,7 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por
deus. Colocou um pescoço que não tem
absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas
no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar
que saíssem voando em bandos por aí assustando as demais aves normais.
Outra
coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé.
Sacanagem, Senhor!
Depois
olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo.
Tanto
é que logo depois, Adão, dando os nomes a tudo que via pela frente, olhou para
aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome
oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de
salsicha.
Pois
um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro
erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que elas vivem até os
setenta anos e se reproduzem plenamente até os quarenta, entrando depois na
menopausa, não têm, portanto, TPM. Uma avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem
gerar de dez a trinta crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga.
Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes
correndo pela sala do apartamento.
Ele
insiste, quer que eu leve uma avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia
mais o que fazer.
Foi
quando descobri que elas comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços
de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. máquina digital de
fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E,
se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece
que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por
cinco gaivotas e um urubu.
Pedi
para a minha amiga levar o garoto num psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer
do que ser gigolô de avestruz.
PRATA, M. Avestruz. 5ª série/ 6º ano vol. 2. Caderno aluno
p. 9. Caderno do Professor p. 18
Será apresentado aos alunos o conceito do gênero
textual crônica, bem como serão feitas revisão dos conceitos de elementos da
narrativa.
TEMPO
PREVISTO - 04 AULAS
CONTEÚDOS –
Conceito de crônica, elementos da narrativa e
leitura do texto “Avestruz” de Mário
Prata, com roteiro de atividades e produção escrita.
COMPETÊNCIAS
E HABILIDADES-
Conhecer o
gênero crônica narrativa, identificar os
elementos, bem como o foco narrativo, interpretar e analisar o texto.
ESTRATÉGIAS-
O professor
apresenta o conceito de crônica e distribui aos alunos exemplares de jornal,
para leitura de algumas crônicas, com o objetivo de que tenham e apresentem
opiniões sobre as crônicas lidas, bem como sua estrutura.
Durante este
processo o aluno, através dos textos lidos, será orientado pelo professor para
observação da crônica como uma narrativa que expõe fatos, seguindo uma ordem
cronologia e que nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta, na
qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos à cultura, esporte,
lazer entre outros.
O professor
apresenta um histórico sobre o autor e sua obra, e faz a primeira leitura do texto, propondo
aos mesmos que localizem no texto os elementos da narrativa – Foco narrativo,
personagens, enredo, tempo e espaço.
Em uma nova
leitura, exploração de aspectos de entendimento, tais como a maneira como o
autor caracteriza a avestruz, utilizando-se de humor para isto.
AVALIAÇÃO
Uma produção
de um pequeno texto com comentários, impressões, expectativas e outras
possibilidades de diferentes finalizações para a história.
Situação de Aprendizagem construída a partir do texto “Meu primeiro beijo”, de Antonio Barreto
Meu Primeiro Beijo
Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo
foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil!
Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o
beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo.
Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de
Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
" Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda:
Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula
que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também
não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de
lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu
pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto,
sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação
29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150
batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou
salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada
menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica;
0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do
meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de
pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos
eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho
que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os
olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de
leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns
segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no
ponto final e já tínhamos transposto juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de
novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o
mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas
de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que
nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo:
FTD, 1977. p. 134-6
Sondagem: Ativação de
conhecimento de mundo.
1) A partir do título o
que vocês esperam do texto, do que se
trata?
Leitura:
2) Onde aconteceu o primeiro beijo?
3) Como foi a preparação
do que está previsto acontecer?
4)Por que um dos
apelidos do rapaz seria Culta?
5) A menina pode ser
considerada culta?
6) Por que ela teria
usado o termo bactéria falante? E por que o considera cultura inútil?
7) Pesquisa sobre o
autor e sobre o tema abordado tendo uma comparação sobre o tema (textos:
Clarice Lispector e outros).
8) Filme “O primeiro
amor”.
9) Roda de conversa para
elaboração de apreciações relativas e valores éticos (banalização da sexualidade,
a exploração do corpo).
10) Um relato analisando
todas as questões anteriores ou resenha do filme.
sexta-feira, 14 de junho de 2013
Sete atitudes que formam leitores
Incentivar a leitura é um dever do governo e das escolas.
Mas nós, leitores, podemos ajudar.
DANILO VENTICINQUE
A leitura é, por natureza, um ato solitário. Podemos estar no meio de uma multidão: basta abrir um livro e, no meio do primeiro parágrafo, a realidade à nossa volta dá lugar ao universo do autor. É um grande prazer, mas também um pequeno risco. Como contagiar outras pessoas com o hábito da leitura, num país em que atividades coletivas são uma tradição, se o próprio ato de ler nos impulsiona para o isolamento?
Mesmo na solidão da leitura, cada leitor é parte de um só grupo. Seus interesses são tão múltiplos quanto a variedade de livros a seu dispor, mas todos têm em comum o prazer da leitura. Nessa multidão desunida e heterogênea, há pouca ação e muito pessimismo. Muitos dos que espalham a frase feita que diz que "o brasileiro não lê" são leitores. Em seu isolamento, não percebem que isso começou a mudar – e que eles estão deixando de cumprir um papel importante. Popularizar a leitura é uma obrigação do governo e das escolas, mas também deveria ser um esforço pessoal de cada leitor.
Um país com mais leitores é um país mais educado, com livros mais acessíveis e uma produção literária mais rica. Entre um livro e outro, com atitudes simples, qualquer leitor pode dar sua pequena contribuição para que isso se torne realidade.
1) Seja um (bom) leitor
Num mundo repleto de distrações, não faltam incentivos e desculpas para fazer qualquer outra coisa em vez de ler um livro. Sucumbir a algumas delas é inevitável. Podemos perder algumas batalhas, mas não a guerra. De distração em distração, já vi aficionados pela leitura entrarem, sem aviso, no grupo dos 50% de brasileiros que não leram um livro nos últimos três meses. Algumas pessoas estão nesse grupo porque não sabem ler, ou porque não têm acesso a livros. Porém, há os que engrossam as estatísticas por pura preguiça. Não basta ir à livraria, sucumbir às tentações do consumo e deixar os livros acumulando poeira na estante. É preciso dar um bom exemplo. O primeiro passo para formar mais leitores é formar-se leitor.
2) Converse sobre livros
Por que assistimos a tantos filmes, novelas e séries de televisão? Se dependêssemos apenas de nossa vontade e interesse, seriam poucos os espectadores fiéis. Mas recebemos recomendações de amigos, ouvimos comentários de desconhecidos, lemos sobre o assunto nas redes sociais e isso nos anima a voltar ao cinema, a sentar diante da televisão e a assistir a mais um episódio. Os fãs de filmes, novelas e séries não economizam oportunidades para demonstrar sua paixão. Dezenas de amigos me recomendaram Breaking bad antes que eu me tornasse viciado na série (que, aliás, é ótima). Sei que muitos dos meus amigos são leitores, mas poucos me recomendam os livros que acabaram de ler. Por ver a leitura como um hábito solitário, sentem-se mais à vontade para falar sobre outros assuntos – e deixam de compartilhar suas descobertas. Conversar sobre livros não é algo só para intelectuais. Não há nada de errado em ser fã de um autor e se comportar como tal. Se você acha que todos seus amigos deveriam ler o livro que você acabou de ler, diga isso. Talvez todos leiam.
3) Busque aliados
A internet é um inferno de distrações quando queremos nos concentrar e ler um livro, mas um paraíso para encontrar outros leitores. Há redes sociais dedicadas exclusivamente a isso, como a brasileira Skoob e a americana Goodreads. Também não faltam blogs e sites dedicados ao tema. No Facebook, há dezenas de grupos dedicados a amantes dos livros. Entrar num deles é uma forma de reforçar o hábito de ler, trocar recomendações e manter-se atualizado. Quanto maiores os grupos, maior a chance de atrair e manter novos leitores. Longe de ser uma inimiga da leitura, a internet pode ser uma importante aliada.
4) Presenteie
Lembro-me muito pouco das roupas, brinquedos e outras bobagens que eu ganhava de presente na minha infância. Mas não me esqueço do dia em que meu padrinho me levou a uma livraria e me presenteou com um exemplar de 20 mil léguas submarinas – o primeiro livro que eu li por vontade própria, e o primeiro a me tirar da frente da televisão e dos games. Dar livros de presente é uma bela maneira de espalhar e reforçar o hábito da leitura, não importa a idade de quem é presenteado. Preste atenção nos desejos e curiosidades das pessoas ao seu redor, e pense em livros que podem agradá-las. Quem conhece bem seus amigos e parentes saberá escolher um título adequado para animar mesmo quem não está acostumado a ler. O livro certo, na hora certa, pode ser um presente inesquecível.
5) Tenha calma
Antes de recomendar um livro, emprestá-lo ou dá-lo de presente, pense se ele é a escolha mais adequada. Para um leitor em formação, poucas coisas são mais frustrantes do que ler o livro certo na hora errada. Isso vale principalmente para crianças e adolescentes. Quantos estudantes não abandonaram o hábito da leitura após serem golpeados na cabeça, prematuramente, com livros difíceis demais? Alguns clássicos da literatura são acessíveis a qualquer um; outros, mais complexos exigem reflexão e paciência do leitor. Comece pelos mais fáceis. Há tempo suficiente para galgar, degrau a degrau, o caminho que leva a obras literárias complexas. Antes de se tornar um hábito, a leitura precisa ser um prazer.
6) Leia antes de votar
Num país em que 20% dos habitantes entre 15 e 49 anos são analfabetos funcionais, e 75% jamais pisou numa biblioteca, o esforço para popularizar a leitura passa, necessariamente, por políticas públicas. Há quanto tempo o incentivo à leitura não é abordado num debate entre candidatos a um cargo executivo? No Legislativo, há frentes parlamentares dedicadas ao tema, mas sua atuação é discreta. Entre os municípios, a maioria ainda trata a política cultural como uma política de espetáculos. Gastar milhões para reunir multidões em shows financiados pela prefeitura pode render manchetes de jornais, mas tem pouco impacto na formação cultural de cada cidadão. Organizar eventos literários para incentivar a leitura não é uma solução definitiva, mas já é um passo na direção certa. Investir na criação e manutenção de bibliotecas com uma programação cultural constante é ainda menos espetacular, mas pode ser transformador. Antes de escolher um candidato, descubra o que ele pensa a respeito disso.
7) Espalhe boas ideias
Transformar bicicletas em bibliotecas itinerantes. Arrecadar doações de livros no Natal. Distribuir livros gratuitamente em estações do metrô, ou colocá-los à venda e deixar que o comprador escolha o quanto quer pagar. Todas essas propostas são criações recentes de leitores apaixonados. Elas têm potencial para transformar a maneira como os brasileiros se relacionam com os livros, mas precisam se tornar mais conhecidas. Cabe a cada leitor a tarefa de ajudar a divulgar essas iniciativas, contribuir para seu sucesso e, quem sabe, pensar em outras boas ideias para incentivar a leitura. Abrir um livro no meio de uma multidão e se perder em suas páginas é um exercício solitário e prazeroso. Mas seria ainda melhor se fizéssemos isso no meio de uma multidão de leitores.
Fonte: Época
Leitura
Meus filhos terão computadores, sim,
mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão
incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.
A leitura é para o intelecto o que o
exercício é para o corpo.
Viajar pela leitura
Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!
Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!
Creio que uma forma de felicidade é a
leitura.
Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo,tudo,tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo,tudo,tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura
Os verdadeiros analfabetos são os que
aprenderam a ler e não lêem.
A leitura torna o homem completo; a
conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.
TRIBUTO AO LIVRO
(poeminha do prazer)
O sumo prazer humano
Sente o ser que é seduzido
Não apenas pela leitura
Mas, sobretudo, pelo livro
Porque o livro é o corpo
E a leitura, o espírito...
(poeminha do prazer)
O sumo prazer humano
Sente o ser que é seduzido
Não apenas pela leitura
Mas, sobretudo, pelo livro
Porque o livro é o corpo
E a leitura, o espírito...
Assinar:
Postagens (Atom)